terça-feira, 2 de setembro de 2014

JORNALISTA FORQUILHENSE VICENTE LOIOLA É DESTAQUE NA COLUNA CANTINHO DA SAUDADE DO JORNAL CORREIO DA SEMANA

Nesta região, a essência do jornalismo combativo, audaz e valente do século passado é representada pelo trio Vicente Loyola Deolindo Barreto e Cordeiro de Andrade. Com muita justiça, Loyola é considerado por vários estudiosos o maior jornalista interiorano do Estado do Ceará. Vicente Loyola nasceu na Fazenda Tamanduá, em Forquilha (CE), a 11 de agosto de 1873, sendo seus pais Severiano Alves de Loyola e Vicência Amélia Alves Loyola. Freqüentou a escola por muito pouco tempo, tendo nela estudado somente o suficiente para aprender o alfabeto e fazer algumas continhas. Muito inteligente e vontadoso foi tentando aprender de tudo, tornando-se um extraordinário autodidata que acumulou razoável cultura. Logo cedo, ainda menino, teve de transferir-se para Sobral a fim de arranjar meios para ter uma sobrevivência mais confortável, indo trabalhar no comércio. A princípio trabalhou na firma Esperidião Sabóia de Albuquerque, como auxiliar de escritório. Nas horas de folga tentava ler livros e jornais, passando a observar as notícias e a sentir repulsa dos atos abusivos de que tomava conhecimento. Em seguida, foi trabalhar com o Cel. Antônio Regino do Amaral e, por último, Vicente Loyola prestou serviço no armazém da empresa José Figueira de Sabóia & Cia., onde permaneceu por muitos anos. Avivando-se gradativamente seu gosto pelas letras e pelo jornalismo, Vicente Loyola travou amizade com Antenor Cavalcante, filho de José Vicente Franca Cavalcante, redator e proprietário do Jornal “A Ordem”. Através dessa amizade Loyola passou a escrever, nas horas de folga, algumas notícias. Após esse treino, tomou gosto de vez pelo jornalismo, deixou o comércio e entregou-se de corpo e alma à nova profissão. Tempos depois, sentindo necessidade de uma companheira, em 18 de maio de 1899, aos 26 anos, Vicente Loyola casou-se Floresmina Cândido Aguiar, com quem teve três filhos. Em pouco tempo, de desconhecido noticiarista passou a colaborar nos jornais sobralenses A Cidade, Itacolomy e Correio de Sobral. Este noticioso era editado na mesma oficina de A Quinzena, jornalzinho de sua propriedade. Insatisfeito, Vicente Loyola deixou o Correio de Sobral e correu atrás do grande sonho, que era ter seu próprio jornal, em tamanho que pudesse competir com os demais. Com muitos esforços e muita economia, em 20 de abril de 1907 fundou o “Rebate”, circulando seu primeiro número em 21 de abril daquele ano. O Rebate fez história durante doze anos, extinguindo-se em 02 de novembro de 1919, com a morte do seu diretor e proprietário. Apesar de ter sido um homem de saúde debilitada, Vicente Loyola fez história como jornalista vibrante, combativo, sempre escrevendo artigos violentos, mas com muita clareza e beleza de estilo. Por causa do seu destemor, explicitado através dos seus artigos contra inimigos, e por não silenciar diante de arbitrariedades, Loyola talvez tenha passado pelo maior vexame e humilhação da sua vida: foi processado a título de vingança dos inimigos. Mesmo fazendo parte do andamento do processo, num flagrante abuso de autoridade, o Juiz da época (Dr. José Sabóia de Albuquerque) ignorou um atestado médico e obrigou Vicente Loyola a vir depor no Fórum. Aproveitando a oportunidade, usou sua inteligência para provocar comoção e revolta na população indo ao Fórum conduzido dentro de uma rede. Tão logo retornou para sua residência, Vicente Loyola, indignado, relatou num artigo a humilhação sofrida. Inúmeros foram os contratempos, os desgostos por que passou e as ameaças dos inimigos a quem atacava. Em um artigo, escreveu Vicente Loyola: “Desilusões - conto-as por minutos. Decepções – registro-as por segundo. Mas nem estas nem aquelas conseguiram ainda me afastar uma linha da senda que tracei”.  Noutra ocasião, Loyola escreveu: “Sei ser a pena um instrumento de aparência tão frágil, mas que quando manejada com sinceridade e convicção, muitas vezes há conseguido derrocar troncos, dissolver tiranias, revolucionar povos inteiros e arremessar contra a tirania que os ameaçava, fazendo-a ruir no pó, esmagada ao direito da força, a que a força do Direito se negara a servir de ponto de apoio”. Vicente Loyola deixou alguns seguidores do seu estilo inconfundível de fazer jornalismo e Cordeiro de Andrade foi o maior deles. Jornalista e escritor, José Cordeiro de Andrade nasceu em Sobral em 26 de outubro de 1908 e faleceu aos 37 anos no Rio de Janeiro (RJ), em 07 de novembro de 1945.  Cordeiro de Andrade teve toda a sua formação jornalística nas oficinas de O Rebate. Em homenagem ao jornalista Vicente Loyola e ao jornal dele, Cordeiro de Andrade fundou, em 12 de fevereiro de 1931, “O Debate”, nome que lembra rapidamente “O Rebate”, de propriedade do seu ex-patrão e ídolo. Vicente Loyola também teve passagem na política, elegendo-se por duas vezes deputado estadual. Recebeu maciça votação dos seus parentes, amigos e leitores. E depois de muitos combates, vitórias, derrotas, alegrias, tristezas e algumas humilhações o jornalista Vicente Loyola faleceu aos 46 anos, em Sobral (CE) no dia 02 de novembro de 1919. Loyola deixou seu nome perpetuado na história do jornalismo do Ceará. É lembrado em sua terra, onde dá nome a uma rua e a um colégio; em Sobral o jornalista forquilhense dá nome a uma das ruas do bairro Campo dos Velhos. Continue acessando estas e outras matérias no site do Jornal Correio da Semana da Cidade de Sobral- Ceará
http://jornalcorreiodasemana.com/css/index.php/cantinho-da-saudade/3402-vicente-loyola- Estas e outras no diário de notícia do Pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante membro correspondente da ACEJI e do Jornal Circular da cidade de Sobral-Ceará.

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