segunda-feira, 11 de agosto de 2014

ANTÔNIO FERNANDES VIANA RESIDIU EM FORQUILHA FOI PROFESSOR, COMERCIANTE E DELEGADO DE POLÍCIA

Antônio Fernandes Viana nasceu no dia 17 de agosto de 1893, em Acaraú (CE), sendo filho de Francisco Fernandes Viana e Rita Rodrigues Carneiro. Fez seus estudos iniciais com a tia-avó Leonília Viana de Freitas, conhecida educadora daquela região. Ficou órfão muito cedo, indo morar com os tios e, em seguida, veio residir em Forquilha (CE), àquela época distrito de Sobral (CE). Apesar de ter freqüentado a escola pouco tempo, conseguiu ampliar seus conhecimentos por ser um autêntico autodidata. Seu amor às letras o tornou um leitor inveterado, chegando a ler Machado de Assis, José de Alencar, Câmara Cascudo, Monteiro Lobato, obras como a Bíblia Sagrada e outras, além de livros didáticos, revistas e jornais que encontrava pela frente. Era também aficionado por Matemática, o que se comprovava pela destreza com que fazia contas e cálculos mais complicados. De tanto ler transformou-se um grande contador de histórias, principalmente para os netos e demais familiares. Através da leitura se mantinha atualizado com o que ocorria no País e restante do mundo. Em 18 de fevereiro de 1928 Antônio Viana casou-se na catedral de Sobral com Maria Ximenes Viana, filha de Antônio Fausto Loiola e Maria Ximenes Melo. O casal teve os filhos Zuleika, Zilmar e Francisco. A esposa Maria faleceu em 26 de junho de 1999, em Sobral, sendo sepultada no mesmo túmulo onde já repousava o esposo. Seu Viana, como era conhecido, começou a vida profissional ensinando no curso Primário em Forquilha. Depois de alguns anos encerrou a carreira de professor e estabeleceu-se no ramo de cereais. Também atuou como delegado de polícia, prestando inestimáveis serviços à comunidade forquilhense. Nessa última atividade, norteou-se sempre pelos ditames da justiça e suas ações demonstravam que era amante da paz e da não violência. Tempos depois, transferiu-se com a família para Jaibaras, também distrito sobralense, deixando a família em Sobral. Foi gerenciar um armazém de secos e molhados para atender os funcionários que trabalhavam no início da construção do açude Ayres de Sousa (Jaibaras). Atendendo um convite do seu irmão, Cristiano Carneiro, morou em Parnaíba (PI) e lá trabalhou num grande magazine. Por motivos de doença na família retornou a Sobral, empregando-se na empresa do seu sobrinho, Chico Dias, na função de caixeiro-viajante. Viajou durante anos por toda zona norte do Ceará e em parte do Piauí. Também atuou em outras firmas sobralenses, como João Nogueira Adeodato e Casa Quirino Rodrigues. Por último, ingressou no serviço público municipal, tendo-se aposentado como Fiscal Geral, o maior posto entre os fiscais na época. Seu Viana era um homem simples, honesto, trabalhador, humilde e extremamente caridoso até com os animais, a quem muito admirava. Era notadamente hospitaleiro e nas viagens de trem pelo interior sempre convidava pessoas sem condições para visitarem sua residência em Sobral. Com todo prazer as acolhia, mesmo sob protestos da esposa que temia por não saber a origem e intenções do hóspede. Tinha como passatempo predileto jogar baralho na casa de amigos. Para tanto, freqüentava assiduamente a residência de Paulo Aragão, Luís Fonteles, Ubaldo Solon, Nestor Cordeiro, irmãs Isaly e Edite Gondim Lins e outros. Visitava diariamente o Beco do Cotovelo para se inteirar das novidades. Gostava de exercitar a imaginação praticando origami (arte tradicional japonesa do papel dobrado). Chegava a produzir grande variedade de objetos, incluindo balões, que ele também soltava nas festas juninas. Quando jovem tinha bela voz e gostava de cantar acompanhado de violão. Católico fervoroso, seu Viana era assíduo participante dos eventos da Igreja, com os quais contribuía dentro de suas possibilidades. Em 18 de fevereiro de 1978, Maria e Antônio Viana festejaram as Bodas de Ouro com missa na Capela do Abrigo Sagrado Coração de Jesus, concelebrada pelos sacerdotes Mons. Arnóbio Andrade, Mons. Sabino Loiola, Côn. Egberto Rodrigues e outros, sob a presidência de Dom Walfrido Teixeira Vieira, então Bispo da Diocese de Sobral. Sobre seu espírito caritativo, familiares relembram o caso de um pedreiro que seu Viana contratou para um trabalho em sua casa. Muito pobre, o trabalhador só aparecia com a mesma camisa, já velha e surrada. Cientificando-se da falta de condições do operário, Viana foi até seu guarda-roupa e doou uma das suas melhores camisas, sob a recomendação: “não mostre a ninguém daqui, pois é nova e vão me reclamar”. O pedreiro vibrou de alegria e obedeceu à ordem. E os familiares ficaram se interrogando sobre o paradeiro de tal camisa. Pouco tempo depois, mais precisamente no dia 02 de março de 1978, Antônio Fernandes Viana faleceu aos 84 anos de idade, vítima de um infarto fulminante. Antes disso, realizou seu desejo de confessar-se, comungar e receber a extrema-unção. Foi sepultado no cemitério São José desta cidade. Quando do seu velório, o velho pedreiro veio trazer suas condolências aos familiares de Antônio Viana. Vestido como o simples mas valioso presente do amigo, passou a narrar como foi a doação. Isso emocionou muito os filhos e demais familiares, que choraram abraçados àquela camisa que era “a cara do pai Viana”. Gestos assim, de desprendimento de coisa materiais, de caridade e de fé foram os principais legados que Antônio Fernandes Viana deixou para seus descendentes. Matéria do Jornal Correio da Semana coluna “Cantinho da Saudade” de THIAGO ALVES –  Estas  e outras no diário de notícia do Pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante membro correspondente da ACEJI e do Jornal Circular da cidade de Sobral-Ceará.

Nenhum comentário:

Postar um comentário