quarta-feira, 3 de julho de 2013

JORNAL O POVO TRAZ REPORTAGEM COM O ARQUEÓLOGO IGOR PEDROZA

               ARQUEOLOGIA, MUSEOLOGIA E PALEONTOLOGIA NA UFCA?
As jazidas da Chapada do Araripe, o museu da Urca e os tanques com fósseis justificam pesquisas da Paleontologia. Considerando a falta de visão e interesse das universidades do estado do Ceará para levantar questões relacionadas ao patrimônio, o surgimento da Universidade Federal do Cariri (UFCA) desponta como o momento propício para implantar, entre outros, os cursos de Arqueologia, Museologia e Paleontologia. Essa medida demonstraria que a nova instituição está realmente voltada para “aproveitar as potencialidades produtivas locais compatíveis com a conservação ambiental, além das atividades do turismo ecológico, científico e cultural”, como dito pelo senador Inácio Arruda. Uma vez que os atuais limites do Ceará são dotados de importantes remanescentes da história do homem e da natureza, são várias as justificativas para a implantação desses cursos. A Arqueologia estuda o homem através da cultura material e, considerando que há sítios arqueológicos de diversas cronologias e tipologias nos 184 municípios do Estado, é mais que urgente a realização de pesquisas interdisciplinares e sistemáticas, sob pena de perda irreversível das suas informações. As jazidas da Chapada do Araripe, o museu de paleontologia da Universidade Regional do Cariri (Urca) e os tanques naturais com fósseis justificam pesquisas da Paleontologia, ciência que estuda animais, vegetais e ambientes extintos. Já a museologia trabalha com a extroversão, salvaguarda e comunicação do conhecimento. Por isso, é o locus indiscutível para a correta difusão do conhecimento, uma vez que atua como instrumento de ensino, de memória, de cidadania e de turismo. Assim, o estado do Ceará, através do Cariri, poderia diminuir a distância com essas ciências e começar a seguir o exemplo de outras universidades do Nordeste. Exemplos que já vêm sendo manifestados há anos, como na Universidade Federal do Piauí (graduação, mestrado e doutorado em Arqueologia), na Federal de Sergipe (graduação em Museologia e graduação, mestrado e doutorado em Arqueologia), na Federal do Rio Grande do Norte (especialização em Arqueologia), na Universidade do Vale do São Francisco (graduação em Arqueologia e Ciências Naturais) e na Federal de Pernambuco (graduação em Museologia e graduação, mestrado e doutorado em Arqueologia). Na Uece, UFC, UVA, IFCE, na nova UFCA ou em uma IES privada, a ausência desses cursos no Ceará é vexatória e pode ser igualada a um absurdo cenário onde não existiriam os cursos de Arquitetura em Chicago, de Biologia em Manaus ou de História em Roma. Por Igor Pedroza - igorpedroza@gmail.com - Historiador, arqueólogo e doutorando em Arqueologia (PPGArq/UFPE). Estas e outras no diário de notícia do pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante membro correspondente da Sociedade Paraibana de Arqueologia-SPA e do Jornal Circular da cidade de Sobral-Ceará.

Um comentário:

  1. É de extrema necessidade que o Ceará comece a levar a sério o seu potencial historiográfico. Podemos atingir índices estratosféricos de prestígio internacional caso tenhamos profissionais capacitados para lidar com a nossa realidade e o nosso potencial. É inaceitável que ainda não sejamos capazes de formar profissionais de alto nível nessas áreas do conhecimento. Estou muito animado com essa possibilidade de vir a ter esses cursos no nosso estados e com o salto de qualidade que a ciência vai ter em nossa realidade.

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