domingo, 17 de fevereiro de 2013

INSCRIÇÃO RUPESTRE NA PEDRA DO LETREIRO EM QUIXERAMOBIM-CEARÁ

 A Trilha do Letreiro pode ser alcançada depois de dez quilômetros no sentido Quixeramobim - Iguatu, pela CE-060. Na localidade de Cupim, entra à esquerda e com mais três quilômetros de terra carroçável e veredas se chega à Fazenda Alegre, às margens do riacho que leva o mesmo nome. Por entre a vegetação rala da Caatinga e alguns lajedos, está a Pedra do Letreiro, um dos sítios arqueológicos mais importantes da região. O percurso entre a ida e a volta é de 3.800 metros e leva o tempo estimado de três horas para ser completado. Em decorrência do abandono, em meio às inscrições, também podem ser vistas ações de vândalos. Moradores e empresários solicitam que projeto seja reativado, para gerar renda para toda a região do Sertão Central Nesse equipamento, encontram-se documentos datados de milhares de anos, em forma de inscrições rupestres que confirmam a presença humana naquela faixa de terra. As inscrições são talhadas nas pedras que compõem o sítio, objeto de estudos de vários pesquisadores como: historiadores, antropólogos e geólogos brasileiros, e até estrangeiros já estiveram na área. Conta o taxista Almir Fernandes que, na década de 1970, transportou um grupo de norte-americanos até o local da Pedra do Letreiro e que eles montaram acampamento e fizeram vários estudos na região. É visível, um pouco abaixo do conjunto principal de pedras, uma lagoa que pode ter sido usada para homens e animais se refrescarem diante do forte calor que faz naquela localidade. De acordo com o historiador Marum Simão, na região da ribeira do Rio Quixeramobim habitavam os índios Quixarás, que povoaram aquela área. Nas pedras, é comum encontrar utensílios utilizados pelos nativos, como pilões de vários tamanhos, utilizados para a quebra dos alimentos e assim facilitar o cozimento. A área onde encontram-se as inscrições mede em torno de meio quilômetro, sendo entrecortada pelo riacho e os lajedos com várias formas físicas. O ponto turístico é cercado de misticismo indecifrável. O silêncio torna a trilha um ótimo local para meditação e descanso à sombra das arvores nativas. Patrimônio histórico - A professora Marcélia Marques, doutora em Arqueologia, por meio de pesquisa de campo, identificou na trilha do Letreiro registros e documentos históricos que identificam o sítio arqueológico como um dos mais importantes no Ceará, por conta da arte rupestre esculpida nas pedras do equipamento. Ela conta que, em 2000, quando realizava pesquisa em Quixeramobim, para a sua dissertação de mestrado, esteve naquele local. Ela apresentou uma sugestão, aos órgãos responsáveis pela preservação do patrimônio, para um trabalho no sentido de proteger os sítios arqueológicos, objeto da pesquisa acadêmica. Olho d´Água - Esse equipamento, encravado às margens do Rio Quixeramobim, acreditam os historiadores, já serviu de abrigo para o homem primitivo, que encontrava no manancial água favorável para beber, cozinhar, além do peixe, da caça e das frutas e do mel. A vegetação da região é composta por plantas nativas como o sabiá, o angico, o pau branco, o mufumbo, a jurema, a canafístula a oiticica, as bromélias e os cactos, dentre outras, que favoreciam a vida da fauna e, juntos, se somavam ao ecossistema propicio à manutenção da vida de centenas de animais hoje em extinção como o tatu, peba, o gato maracajá, tamanduá, veado, a araponga, jandaíra, sariema, a nambu, entre outras. A Trilha do Olho D´água oferece duas opções ao visitante. A primeira mais ampliada, chega a ser radical e tem uma extensão de, aproximadamente, 5.200 metros, que compreende uma caminhada na qual se podem encontrar algumas inscrições rupestres em uma pedra às margens do Rio Quixeramobim. Depois da caminhada pela Caatinga, ao chegar ao sopé da serra, o visitante terá que escalar a pedra que mede cerca de 137 metros de altura, de forma radical ou de forma menos acentuada. Ao chegar no cume da serra, além do clima ameno e bem ventilado, dá para se avistar de forma panorâmica a cidade de Quixeramobim e outras localidades e vilas da região dos municípios de Banabuiú e Quixadá. No alto da serra, a natureza foi por demais generosa com a formação de uma lagoa que serve de estuário na estação do inverno, com a água se mantendo boa parte do ano, transformando-se em local de alimentação e procriação para os animais que habitam aquele lugar. Alguns grupos de turistas também tem a opção de passarem à noite na serra para apreciar a visão noturna, além do pôr e o nascer do sol. Fonte: JORNAL DIÁRIO DO NORDESTE NA SUA PÁGINA REGIONAL SOBRE O TÍTULO “TRILHAS DO VALE MONUMENTAL DO CEARÁ ESTÃO DESATIVADAS” Site: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=1233432Estas e outras neste noticioso do pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante membro correspondente da ACEJI.

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