segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

TRÊS MIL PINTURAS RUPESTRES ENCONTRADAS NO MÉXICO

Mais de três mil pinturas rupestres em 40 rochas, foram encontradas a noroeste de Guanajuato (México) por investigadores do Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH, Conselho Nacional de Cultura mexicano). As imagens estão relacionadas com vários tipos de rituais e cultos e foram realizadas por sociedades de caçadores-recolectores que habitaram aqueles sítios entre o século I e X d.C. Encontraram-se, igualmente, representações religiosas e outras inscrições correspondentes à época colonial feitas por comunidades Otomis (indígenas da zona central do México) e outras por fazendeiros e religiosos nos séculos XIX e XX. A descoberta foi feita durante a quarta temporada de investigação e registo do projecto «Arte Rupestre na bacia do Rio Victoria», que abarca a zona semidesértica de Querétaro e Guanajuato. Os trabalhos foram dirigidos pelo arqueólogo Carlos Viramontes. Os espaços encontrados, que se somam aos 70 sítios descobertos desde finais dos anos 80, foram para já classificados em dois grupos: os públicos (sítios de fácil acesso que permitiam a participação de um grande grupo de pessoas) e os privados (locais de difícil acesso onde apenas um pequeno grupo praticava rituais). Exemplo de um lugar privado é, acreditam os arqueólogos, o sítio de Manitas, na comunidade de Tierra Blanca. Cerro del Redondo, no município de San Luis de la Paz, seria um espaço público. O primeiro é um lugar de ritual privado onde, possivelmente, só participavam “o especialista em rituais e os seus aprendizes”, já que se situa perto do pico de uma montanha com 3400 metros de altura e está escondido numa ravina de difícil acesso. As imagens encontradas abrangem “figuras humanas, plantas, animais e criaturas fantásticas”. Há também alguns traços geométricos e mãos vermelhas e negras. O Cerro del Redondo, classificado como espaço público, seria frequentado por um grande número de pessoas. “Trata-se de uma pequena elevação a meio de uma planície onde se encontram iconografias antropomorfas, plantas como o peiote, cacto do qual se extrai a mescalina, e animais como insectos e veados”. As representações feitas pelos caçadores-recolectores têm como características os tons amarelo, vermelho e negro. “O acto de pintar imagens na rocha ia mais além do que deixar na memória colectiva momentos históricos, climáticos ou rituais”, acreditam os investigadores. “Para eles, as superfícies rochosas que utilizavam para pintar era um ponto de contacto entre o mundo material e o espiritual, conforme determinado pela mesma iconografia que reflectia o culto ancestral da pedra e da montanha como entidades vivas”.Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=52532&op=allEstas e outras no diário de notícia do pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante. Membro do Conselho Consultivo do Centro Brasileiro de Arqueologia-CBA e Correspondente da Sociedade Paraibana de Arqueologia-SPA.

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