domingo, 1 de janeiro de 2012

FATOS HISTÓRICOS E SOCIAIS DE NOSSA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

        "CASAMENTO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA MARECHAL HERMES DA FONSECA COM NAIR DE TEFFÉ"
Nair de Teffé era caricaturista, num tempo em que as mulheres, em sua maioria, eram apenas donas de casa. Quando ela se casou com o nosso Presidente da República, o Marechal Hermes da Fonseca, tinha 27 anos e ele, 58. Data da cerimônia 08 de dezembro de 1913. Fazer sucesso, no Brasil e no Exterior, com as suas caricaturas, ainda não era o bastante para ela, que também era pintora, cantora, pianista e atriz de teatro. No entanto, ela largou tudo para se tornar a Primeira Dama Brasileira. Mas continuou ousando e escandalizando no Palácio do Catete. Filha dos barões de Teffé, Nair nasceu no Rio de Janeiro em 10 de junho de 1886 e estudou em Paris. Começou a publicar seus trabalhos no Brasil em 1909, na então famosa revista Fon Fon. Como seria de se esperar, Nair era amiga de outra mulher que desafiava os costumes da época: Chiquinha Gonzaga. Foram as duas que levaram o violão – instrumento considerado vulgar – para os saraus que promoviam no Palácio do Catete. Ruy Barbosa, que perdera a eleição presidencial para Hermes, saiu falando horrores dela, que ela estava desrespeitando o protocolo do palácio do governo, que não tinha a compostura necessária para o cargo de primeira dama e por aí afora. Nair não teve dúvidas: publicou uma caricatura ridicularizando o então senador e o intelectual mais badalado do país, o “Águia de Haia”. Aliás, no colégio de freiras onde ela estudava quando criança, na Bélgica, já tinha feito a mesma coisa. Seu espírito libertário desagradava a madre superiora e Nair, para se vingar de um castigo recebido, desenhou a madre com um quilométrico nariz, que era realmente o que a religiosa tinha de mais feio. Casou furor também quando apareceu numa festa onde estavam os mais importantes políticos, vestindo uma saia em cuja barra estavam desenhadas as caricaturas de todos os Ministros de Estado. E, ainda, quando já era velhinha e o imposto de renda andava atrás dela, em plena ditadura militar, ela devolveu à receita o formulário, que haviam enviado, em vez de preenchido, desenhado: lá estava à caricatura do então Ministro da Fazenda, Delfim Neto. Hermes da Fonseca governou o Brasil de 1910 a 1914. Depois disso o casal passou cinco anos na Europa. De volta ao Brasil, o Marechal (como ela sempre o chamara) se envolveu em conspirações militares e acabou passando cinco anos na prisão. Ele morreu em 1923, deixando Nair viúva e com apenas uma herança paterna que não era lá essas coisas e mais meia pensão, já que metade dela era para o filho dele (com a primeira esposa) que tinha problemas mentais. Mas como ela era mesmo uma mulher à frente do seu tempo, tratou de investir num negócio, abriu um cinema no Rio de Janeiro. Seu sócio era o distribuidor de filmes Luiz Severino. A sociedade durou até 1946 quando Nair decidiu ir morar em Niterói com seus três filhos adotivos e seus animais de estimação. Dizem que o que restava da herança paterna, ela perdeu nas mesas de jogo. Em 1959 voltou a desenhar profissionalmente. Morava numa pequena casa em Niterói, pagando aluguel. Quase foi despejada nos anos 1970. Foi salva pelo gongo quando morreu o filho do Marechal e ela passou a receber integralmente a pensão. Nos anos 1960 e 1970 aparecia na TV de vez em quando, era fã da Jovem Guarda, aprovava a mine saia (que causava enormes polêmicas na sociedade) e participava das cerimônias comemorativas do Dia Internacional da Mulher, ao lado de feministas históricas. Enfim, era uma velhinha arretada! Nair de Teffé morreu no dia em que completava 95 anos de idade, 10 de junho de 1981. Foi sepultada ao lado do marido, no cemitério de Petrópolis. Fonte: Isabel Vasconcelos – “Mulher em Destaque”. Estas e outras no diário de notícia do pesquisador da Pré-história Célio Cavalcante, membro do Conselho Consultivo do Centro Brasileiro de Arqueologia-CBA e Correspondente da Sociedade Paraibana de Arqueologia-SPA.

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